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A importância de brincar A importância de brincar

A importância de brincar

Há poucas atividades que ensinem tanto a uma criança como… brincar! É no meio de uma brincadeira que se ensina, subtilmente, conceitos tão importantes como o da igualdade de género, ao permitir que a irmã brinque com a bancada de ferramentas do irmão enquanto este passa a ferro na sua tábua de brincar.

Brincar à vida real também transparece, muitas vezes, a perceção que a criança tem da sua realidade, ou seja, do quotidiano do seu lar. Se a criança, a brincar, imita constantemente a mãe ou o pai ao telefone e repete as expressões como “agora não posso” ou outras semelhantes, está, à sua maneira, a exteriorizar que sente a indisponibilidade dos pais frequentemente.

Deve-se olhar (e embarcar!) nas brincadeiras das crianças com sentido apurado para o que as suas ações, ainda que no campo da fantasia, podem representar. É neste espaço, livre de regras e sem barreiras de tempo e espaço que o seu filho(a) vai demonstrar genuinamente o que lhe traz maior felicidade e, também, maior preocupação.

Brincadeira ou realidade?

As crianças andam, cada vez mais, a reboque do estilo de vida acelerado dos pais e acabam por partilhar da mesma sensação de stress que a correria do dia a dia provoca nos adultos, e que se reflete nos mais novos.

Ter tempo para brincar mais do que 10 minutos seguidos é um luxo nos dias que correm e, para as crianças, a brincadeira com os pais simboliza muito mais que isso. Representa tempo de qualidade, representa disponibilidade e preocupação. Para os pais, é uma oportunidade única para se estar atento às capacidades e interesses dos filhos que podem e devem ser estimulados.

Isto não é necessariamente o mesmo que incentivar à inscrição num sem número de atividades extracurriculares que deixa os miúdos exaustos e assoberbados com tanta informação depois de um dia já longo de escola (na grande maioria dos casos).

A importância das atividades extra para desenvolver certas capacidades ou aptidões das crianças é inegável. Seja para fazer novos amigos e, assim, trabalhar a vertente social, desenvolver capacidades motoras em desportos ou atividades mais físicas ou trabalhar o desenvolvimento cognitivo com atividades artísticas (música, teatro, pintura, etc), as extracurriculares são uma grande mais valia. Mas em demasia, têm o efeito contrário.

Como explica um artigo da CUF aqui, a ausência de tempo livre, combinada com um estilo de vida acelerado, pode ser uma fonte de stress, ansiedade e até depressão. De acordo com um relatório do American Academy of Pediatrics, citado no artigo mencionado, não há nada que estimule mais o desenvolvimento emocional da criança do que brincar.

Ter tempo para não fazer nada, para se estar aborrecido é crucial – para adultos e crianças. Na maioria das vezes, os pais estão tão focados em reduzir o aborrecimento das crianças que não percebem o quão importante são os tempos mortos, que a psicóloga clínica especialista em desenvolvimento infantil Diane Ehrensaft chama de “nothing time”.

O melhor presente de Natal

Agora que se aproxima o Natal que é, por tradição, tempo dedicado à família, nunca é demais relembrar a campanha lançada pelo IKEA precisamente no contexto desta época festiva, em 2014. Foi intitulada por “A outra carta” e contou com a participação de 10 famílias que participaram numa experiência com um resultado inesperado.

Foi pedido a crianças entre os 4 e os 9 anos que escrevessem uma carta a pedir muitos brinquedos aos Reis Magos e outra dirigida aos pais com aquilo que gostavam de ter da sua parte. A maior parte das cartas para os pais incluía pedidos como: mais tempo com eles, mais tempo para brincar ou jogar.

No final, foi dito às crianças que só poderiam enviar uma das cartas e elas não hesitaram em enviar a dos pais, relembrando assim a importância que dão ao tempo que passam juntos, bem como a subjetividade dos desejos materiais.

E você, o que vai oferecer ao seu filho este Natal?

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